PARI PASSU, Açores, Economia, Politica

Autonomia Financeira?

Com grande aparato mediático, o presidente do governo açoriano garantiu ontem que o arquipélago atingiu, pela primeira vez em 2005, a autonomia financeira da Administração Regional, com receitas próprias superiores em 56 milhões de euros às despesas de funcionamento. Pura demagogia. Será que alguém acredita que esta Região sobrevive apenas com o dinheiro que paga os funcionários públicos e as despesas da Administração? Sinceramente, então de que autonomia estão a falar? Apenas que as receitas próprias cobrem as despesas de funcionamento. Mais nada! E as despesas do Plano que mantêm esta pequena economia em andamento? Estas são financiadas por tansferências do exterior: da União Europeia e da República. Então autonomia financeira? Já não bastava o Secretário das Finanças falar do hilariante "superavit" agora temos o presidente a falar da autonomia financeira dos Açores.
O carnaval político já começou...

Afastar a juventude do álcool

Pais querem Sanjoaninas sem venda de álcool (para assinantes). Um bom exemplo de cidadania activa vindo da Terceira. Um grupo de pais organizou-se e luta para afastar o álcool da juventude durante as grandes festas Sanjoaninas 2006. E pressionam as entidades oficiais para a tomada de medidas concretas para reduzir o excessivo consumo de álcool que se verifica junto da juventude. Cristina Meireles é a porta-voz deste grupo de cidadãos. Muitos parabéns por esta iniciativa! Oxalá seja exemplo para outras ilhas, mormente para S. Miguel, onde a situação é grave, e o alcoolismo começa a ser um verdadeiro flagelo destruindo já muitas famílias.
Há que condicionar a oferta de bebidas alcoólicas, com determinação. Há que sensibilizar as pessoas para os perigos do álcool em excesso. Importante tarefa para o governo, para as autarquias, e de forma especial para os cidadãos, que têm de se organizar e lutar por medidas concretas para minimizar este problema social grave.

Amanhecer

A beleza das nuvens e dos primeiros raios de sol, vindos da Lagoa de Fogo, e observado na Fajã de Cima.

Incongruências

A Presidente da Comissão de Protecção de Menores de Ponta Delgada, Maria Amélia Meireles, referiu que tem 700 processos de famílias com problemas graves de desemprego e alcoolismo e que por consequência existem muitas crianças em risco. E o grande problema é que a Comissão a que preside não tem meios para lidar com todas estas situações.
Digam-me como é que esta situação social grave se compagina com os desperdícios que se verificam de dinheiros públicos, gastos (muito mal) nas festas, nos espectáculos musicais( íntimos ou massificados), nos circos, na propaganda de projectos (Portas do Mar etc...), no foguetório, na representação?
Verdadeiras incongruências! Custa-nos aceitar este fado...

Autarcas de S. Miguel no pavilhão dos Açores

Aqui está uma nota de bom senso da parte da maioria dos autarcas de S.Miguel, no meio de algum desvario que nos avassala. Os Açores não se podem dar ao luxo de terem 4 pavilhões oficiais na BTL, como aconteceu recentemente. Um desperdício de recursos e uma promoção retalhada, eventualmente com mensagens diferentes para o mercado, e portanto ineficaz.
Dialoguem, dialoguem até encontrarem o consenso, para uma participação única com vista à promoção destas ilhas, nos mercados externos. Recordamos que estão no poder para defenderem os superiores interesses das populações, dos concelhos e da Região. E não para lutas intestinas de poder à custa dos dinheiros dos contribuintes.

O sucesso do Coliseu Micaelense

Um conjunto de 120 espectáculos, 95.000 espectadores e contas equilibradas com as receitas de bilheteira e de patrocínios, mas sem os custos financeiros. Fantástico! Em prol do desenvolvimento cultural do povo.

O amanhecer de Ponta Delgada

A beleza das nuvens sobre Ponta Delgada, também uma visão deslumbrante.

Alvorada

Alvorada espectacular na Fajã de Cima, hoje pela manhã, bem cedo. Antes do habitual jogo de golfe.

Quota leiteira?

Não se entende esta aberração denominada de quota leiteira, para uma produção de leite que é um mísero pingo no mar leitoso da União Europeia(UE). Uma Região Ultraperiférica (RUP) não pode estar condicionada desta forma. Revela isto uma incapacidade tremenda do governo regional em não ter conseguido negociar, na devida altura, a abolição da quota ou até uma maior e confortável quota que pudesse acomodar facilmente a produção regional.
Agora temos os lavradores a terem preços mais baixos e a não poderem produzir mais, e até a terem de pagar multas por excesso de produção. Numa RUP, insular, e das mais pobres da UE, é inaceitável e injusto.

Dinheiros públicos

Olhamos à nossa volta e continuamos a ver dinheiros públicos desbaratados.
Recursos financeiros, de todos nós, desperdiçados. Não há a noção do bem-comum. Há sim a noção do "salve-se quem puder" enquanto está a dar. O produto dos nossos impostos tem de ser gerido e aplicado com todo o rigor, parcimónia e respeito. Os gestores públicos, os governantes, têm a obrigação de assim procederem.
Para não acontecer sobrar no foguetório e na arruada e faltar no apoio aos carenciados: jovens em perigo, idosos, toxicodependentes, alcoólicos, sem-abrigos, e demais excluídos.
E vemos muito esbanjamento de dinheiros públicos.
E vemos obras desnecessárias, apenas de "fachada".
E vemos equipamentos desnecessários, apenas para "impressionar".
Política, a quanto obrigas.
Merecemos melhores políticos, políticos com a alma entregue a Deus e não ao diabo!

Nova pista nas Lajes?

A Câmara de Comércio reinvindica para a Terceira uma nova pista de aterragem, de modo a não prejudicar o turismo. Argumenta que a actual e única pista usada para voos militares e civis, é uma das causas para o fraco desempenho do sector na Terceira.
Continuam os desejos do betão como solução para tudo. Já devíamos ter ultrapassado esta fase das grandes infraestruturas, a época do betão, e passar para a fase da valorização das pessoas e do aperfeiçoamento das organizações. É aqui que temos muito que trabalhar.
Antes de se pensar numa nova pista parece muito mais adequado (e barato) negociar melhorias de eficiência na actual pista, envolvendo as entidades militares e civis. O caminho deve ser este. Não o de bradar logo por obras de betão! Não há assim orçamento que resista!
Esperamos que o governo, na sua tentativa de agradar a todos, não cai em mais este grave erro.
Além disso é muito difícil de acreditar que o turismo não se desenvolve na Terceira por causa da pista existente. Nem pensar! Há de certo outras razões!

A subtil e clássica mordaça

Amordaçado? Ao que parece... Liberdade de expressão? Noutras paragens...
Democracia? Encapotada...Défice Democrático? Quanto baste...
Participação cívica? Pouquíssima e desinteressante...
Liberdade de pensamento? Desde que individual e nunca público... Absolutismo... Endeusamento... Tiques reais...
Direito à diferença? Só no sentido pretendido...
Terra minúscula de mentalidades esponjosas... Políticos interesseiros...
Que pena!
Há que resistir...

Promoção turística retalhada

Ainda não é desta que os Açores se fazem representar num “stand” único na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) , que se realiza entre 18 e 22 de Janeiro.
Somos pequeninos e queremos ser minúsculos, com uma promoção municipal, que não faz qualquer sentido. As autarquias resolveram também fazer a sua promoção turística.
Não se vai falar dos Açores a uma só voz, e vamos aparecer divididos.
É um desperdício de recursos, e possivelmente uma barafunda de mensagens sobre o produto Açores.
Assim não vamos lá. Se existe uma entidade criada para o efeito, a ATA (Associação de Turismo dos Açores) é a esta que compete promover os Açores de forma competente, sistemática e profissionalizada.
Ás autarquias compete, muito mais do que fazerem promoção turística concelhia, melhorar a qualidade da água que fornecem às populações, que tão má está, quando comparada com os padrões nacionais e comunitários.

A má qualidade da água

Há 7 autarquias dos Açores que apresentam valores inaceitáveis no que respeita à qualidade da água, estando assim mal posicionadas na lista nacional de municípios. Por outro lado há autarquias que não apresentaram o número de análises exigidas.
Tratando-se de um serviço fundamental, o abastecimento de água às populações, não se compreende nem se aceita o laxismo e a irresponsabilidade destas autarquias, as mesmas que arranjam disponibilidades financeiras e técnicas para obras desnecessárias, para foguetório, para divertimento, mas desleixando na qualidade da água.
Não se entende as prioridades da maioria das autarquias dos Açores.
A Povoação pretende um Centro de Estágios nas Furnas quando ainda não tem água de qualidade.
Vila Franca quer construir um pavilhão multiusos quando a qualidade da sua água é ainda péssima.
Dá que pensar!

Irregularidades financeiras na Ciência e Tecnologia

O Tribunal de Contas arrasa a Ciência e Tecnologia, num relatório que detectou enúmeras irregularidades financeira. E depois qual é a consequência? Nada! Estamos já todos habituados nesta Região e neste país. Brandos costumes!

Ponta Delgada: uma porta aberta ao mundo!

Hoje num jornal diário de S. Miguel pode-se ler num anúncio de página inteira, naturalmente bastante caro:

Ponta Delgada

Uma porta aberta ao mundo

A door opened to the world

Ficamos estupefactos! Este anúncio serve para quê e para quem? Propaganda política? Promoção pessoal? Captação de turistas? Influência política? Clientelismo?
De qualquer maneira não estamos dispostos a aceitar estes gastos perfeitamente desnecessários, com base no IMI, no IMT e no IRS que pagamos na íntegra todos os anos.
Haja bom senso, rigor e parcimónia na utilização de dinheiros públicos, de todos nós.

Agricultores revoltados

Os agricultores, mormente os produtores de leite, estão verdadeiramente espalmados entre o limite da produção imposto pela quota leiteira e o preço, que ainda vai baixar mais. Temos uma verdadeira crise no sector. A decisão da Bel de reduzir o preço em 0,65€ por 100 litros de leite é a última gota que vai fazer transbordar o copo.
Para o sector do leite e lacticínios chegar a este estado deplorável muitos erros foram cometidos ao longo dos anos. Desde a imposição de quotas a uma produção que é um pingo de água no mar leitoso da União Europeia, e proveniente de uma RUP, pobre e insular. Não se compreende porque não houve, na devida altura, uma negociação mais justa e adequada para os Açores. Falharam os políticos! A deslocalização do centro de decisão da indústria para o exterior mediante a venda a empresários de fora foi um tremendo erro. Depois a ausência de uma verdadeira política de promoção dos produtos lácteos e especialmente do reforço da sua competitividade nos mercados externos. Ainda os custos elevados da energia e um oneroso sistema de transportes.
Tudo isto tem contribuido para a grave situação de um sector que já foi a base produtiva regional. Os agricultores têm carradas de razão. E não devem calar-se.

Autarquias muito endividadas

Um Relatório do Tribunal de Contas, referente a 2003, veio confirmar o que se esperava. As autarquias estávam já em 2003 bastante endividadas (Jornal dos Açores).
Assume-se que em 2005 a situação deve-se ter agravada de forma vertiginosa, com as campanhas eleitorais de então, e acima de tudo, com o foguetório, o circo e a música, que passaram a ser a política da maioria das autarquias. Dar festa para o povão! Que vai ter de pagar tudo isto. Não tenhamos ilusões.

Maus economistas?

O Secretário Regional da Habitação e Equipamentos, o picolo mestre Contente, considera "maus economistas" aqueles que não têm a visão cor-de-rosa da economia dos Açores. Ou seja aqueles que não são nem avençados nem seventuários da política e do poder, e por isso têm uma opinião isenta e independente. Mas o povo diz e com razão: é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo. Logo de seguida a estas descabeladas declarações, saíram em catadupa vários indicadores económicos bastante desfavoráveis à economia dos Açores. Parece ter sido de propósito para calar mestre Contente. Que, com estas declarações, demonstrou ser um mau governante!