PARI PASSU

O acompanhamento, a par e passo, da vida nas Ilhas dos Açores, desde a economia e política até à cultura e religião.

27.4.06

O caminho da modernidade?

Depois de um grande imbróglio, o projecto de investimento de concepção, construção e exploração de 95 km de estrada em S. Miguel, vulgo SCUT, ao que parece vai avançar.
Os nossos governantes querem fazer crer que este é o caminho da modernidade para esta Região insular e ultraperiférica. Grave erro.
O governo aposta e bem no turismo como alavanca para o crescimento e desenvolvimento económicos dos Açores.
Tem de ser um turismo de natureza, o nosso principal recurso. Um turismo diferenciado, que tem um mercado específico.
Ora rasgando a paisagem campestre, bucólica e de excepcional beleza, da Ribeira Grande ao Nordeste, ou da Lagoa à Vila Franca e Povoação, para termos vias rápidas, iguais a tantas outras existentes por este mundo não faz sentido. Porque estamos a matar a nossa galinha de ovos de ouro. O turismo que nos deve procurar quer apreciar estas belas estradas com bermas repletas de azáleas, agapantos, hortências, bordões de S. José, com criptomérias alinhadas, deixando ver os pastos verdejantes, as vacas brancas e pretas, e o mar azul. Não quer meter-se numa via rápida e chegar ao Nordeste num abrir e fechar de olhos. Quer muito mais apreciar o nosso campo, ao longo da viagem.
Com os fundos que vão ser pagos pelas SCUT poderia-se dar um incremento extraordinário na melhoria do produto Açores - Natureza Viva, e promover devida e fortemente este excepcional destino nos mercados adequados e nos segmentos turísticos certos.
Ao invés opta-se mais uma vez pelo raio do betão!

26.4.06

Liberdade "sui generis"

O presidente do governo disse ontem em Angra do Heroísmo que o “o que é importante que todos recordem e os mais jovens celebrem, é que hoje vivemos numa Região que, dos jornais ao parlamento, desde os empresários às Instituições Particulares de Solidariedade Social vivemos democracia, vivemos liberdade”.
Vivemos uma liberdade condicionada pela via financeira, onde muitos andam de mão estendida para a mesa do poder, fruto do gigantismo do estado nesta Região. Um estado que controlo tudo e todos, omnipresente e omnipotente na vida dos Açorianos. Uma liberdade muito sui generis.

Continuamos isolados

Não se consegue sair de S. Miguel para Lisboa ou regressar para Ponta Delgada, via aérea, até 7 de Maio. Inacreditável!
Será que a SATA não consegue desviar um daqueles aviões que vão para Cuba, Brasil, Frankfurt ou Londres para poder servir os pobres micaelenses que têm de se deslocar a Lisboa?
Ao que chegamos!

25.4.06

Liberdade de Abril



Em mais este aniversário da revolução de 25 de Abril devemos refletir sobre a liberdade de expressão e de pensamento, dos direitos e garantias dos cidadãos, do direito ao contraditório e à indignação, que temos ou não temos na Região Autónoma dos Açores.
Um estado monstruoso, composto pelo governo regional pelas 19 autarquias e pelos serviços do governo da república, esmaga a sociedade civil, condiciona a liberdade de estabelecimento, cria uma teia enorme que tudo e todos controlo, pela via financeira e política.
Vivemos nos Açores uma democracia especial, de um partido quasi-único. Com um governo que subalterna o Parlamento, com um Parlamento inoperante e amorfo, com deputados apáticos e anémicos, com autarcas endeusados e autista, numa cultura de betão e muito betão, misturada por foguetório, folguedos, música e muita música, com gastos sumptuosos e irresponsáveis.
Onde os empresários têm medo de falar para não perderem a próxima empreitada ou o próximo concurso de fornecimento de bens e serviços. Onde as IPSS e as associações cívicas nada dizem para não perderem aquele subsídio para aquele evento ou para o seu funcionamento.
Vivemos numa democracia onde a sociedade civil está atrofiada, pelo gigantismo do estado.
Onde há ainda muitos problemas sociais graves para resolver: habitação condigna, melhores cuidados de saúde, bolsas de miséria a erradicar, idosos solitários, crianças em risco, famílias desreguladas, alcoolismo e toxicodependência em alto grau, maus tratos perpetuados a crianças e mulheres.
E por outo lado pensa-se e concretiza-se investimentos onde são gastos milhões em projectos megalómanos tipo Portas do Mar, parques temáticos, centro de estágios, piscinas olímpicas, pavilhões multiusos. Projectos desnecessários nesta fase de desenvolvimento dos Açores.
Os sonhos de Abril, para muitos nos Açores, não passam ainda de meros sonhos. Temos ainda um longo caminho a percorrer. Posted by Picasa

24.4.06

Estamos isolados



Se quisermos deslocar de Ponta Delgada para Lisboa só por Frankfurt ou por Londres. Não há lugar em voos directos. É a situação a que a SATA nos deixa em S. Miguel. Voa para Cuba, para o Brasil, para Londres, para Frankfurt, para a Madeira e não disponibiliza voos suficientes para Lisboa. Trata-de de um mau serviço.
De facto não se consegue transporte de Ponta Delgada para Lisboa antes de 3 ou 4 de Maio. Inconcebível! Posted by Picasa

23.4.06

Governo “abafa” protestos

A estrada da Lagoa do Congro estava em péssimo estado, repleta de buracos, prejudicando mormente os agricultores que diariamente por lá transitam. Perante isto João Furtado, um utilizador diário da estrada da Lagoa do Congro, decidiu organizar uma concentração como forma de dar visibilidade ao descontentamento de quem se sujeita a transitar na via em causa (para assinantes).
Sorrateiramente a Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos, quando teve conhecimento do protesto, mandou rapidamente tapar grande parte dos buracos. E assim "abafou" o protesto.
Por isso os cidadãos têm de protestar, refilar, pressionar os governantes e autarcas que devem estar ao serviço da população. Mais um exemplo da reacção da sociedade civil. Que hajam muitos mais!

22.4.06

Um enorme susto!


Quando cheguei hoje à Caloura apanhei um enorme susto. Pensei que já haviam começado as obras para destruir este belo e aprazível local. Mas afinal tratava-se apenas de desassorear a entrada do porto de pesca.
Que enorme alívio! É que com estes governantes e autarcas nunca se sabe qual é a próxima desgraça! Posted by Picasa

Nêsperas


A fruta da época... Posted by Picasa

Novo movimento cívico


Açores – Século XXI constitui a designação de um movimento de cidadania em fase de formação em São Miguel (para assinantes).
É um sinal de que a sociedade civil micaelense quer ser mais interveniente, participativa e dinâmica, querendo ter uma palavra no futuro dos Açores, que não deve ficar apenas com os políticos. Especialmente com os políticos que temos. Que preconizam e defendem um estado monstruoso, omnipotente e omnipresente na economia e na sociedade. Um totalitarismo subtil!


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21.4.06

Governo cria agência para defesa de crianças em risco



Oxalá não seja mais uma entidade para complicar o processo de protecção de crianças em risco e dar-lhes um projecto de vida de retorno à família biológica ou de adopção. Apodrecer em instituições de acolhimento é que nunca deve ser. Como infelizmente acontece amiúde. Posted by Picasa

Governo não teme ninguém que esteja na Administração

Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores, assinou, ontem, em Angra do Heroísmo, um contrato para a realização de auditorias aos três hospitais da Região. Por outro lado, rubricou, também, os contratos para as assessorias financeira e jurídica do processo de construção do novo Hospital de Angra do Heroísmo. Na ocasião disse que o Governo Regional “não teme ninguém que esteja na Administração Pública”.
É D´HOMEM.
Pena é que tivesse levado quase uma década para assumir esta posição, deixando entretanto o Sistema Regional de Saúde chegar a um verdadeiro caos. Milhões e milhões gastos e uma fraca prestação de cuidados de saúde. Contudo o povo diz e com razão: mais vale tarde do que nunca.

20.4.06

Liberalização do transporte aéreo

Estamos a 20 de Abril e não se consegue sair nem entrar em S. Miguel, por via aérea, em voo regular, até 2 ou 3 de Maio. É inaceitável para uma Região que quer apostar fortemente no turismo.
Há todas as razões para uma completa liberalização do sector de transporte aéreos de passageiros. Indubitavelmes precisamos de mais oferta de transporte aéreo. Que venham outros operadores, quanto antes.

Plano de Prevenção às Toxicodependências

Aqui está um exemplo para as demais autarquias destas ilhas.
Nem só do betão deve viver as Câmaras Municipais. Acima de tudo para as pessoas.

19.4.06

Combate à droga na Ribeira Grande

O Plano Municipal de Prevenção às Toxicodependências da Ribeira Grande está concluído e será apresentado publicamente já amanhã, pelas 10 horas, no Teatro Ribeiragrandense...
...Com a duração de um quadriénio, a existência do Plano Municipal de Prevenção às Toxicodependências justifica-se pelo problema crescente que suscita o concelho da Ribeira Grande na área do consumo de drogas e substâncias psicoactivas (para assinantes).
Uma inicitiva corajosa e pragmática, que merece ser enaltecida. Este é também o papel que as autarquias devem ter, para além do foguetório e da diversão em excesso, das obras faraónicas e desnecessárias, que consomem importantes recursos financeiros.
Agora levanta-se uma questão: será que as autarquias se viram para os problemas sociais apenas quando têm inúmeras dificuldades finnaceiras para a execução de grandes obras? Se assim é não deveria ser!

Dívida do Serviço Regional de Saúde de 160 milhões

A dívida do Serviço Regional de Saúde nos Açores ascende aos 160 milhões de euros. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente do Governo Regional que especificou que a dívida era referente ao montante dos dois avales concedidos pelo Governo Regional à Saudaçor.
O problema não é a dívida por si. É a qualidade da prestação dos serviços de saúde nestas ilhas. Tanto dinheiro gasto para uma fraca qualidade do serviço. O que significa que o problema está na gestão, na organização, na produtividade e na eficiência. E para isto não há betão que resolva! Que normalmente é o mais fácil.

18.4.06

Listas de espera para consultas aumentam

Como se compagina esta grave deficiência na prestação de cuidados de saúde com o foguetório e a onda hedonista que nos querem impor? Incongruência!Incoerência!Injustiça!

Obras no Largo de S. João recomeçam

Após mês e meio de paragem, forçada pela Direcção da Cultura, as obras recomeçam (para assinantes).
Apenas uma nota: entendam-se, mas previamente!
São milhares e milhares de euros dos contribuintes que custou esta evitável paragem.
Entendam-se! Sejam políticos responsáveis.

7.4.06

Se a moda pega...

De António Bagão Felix, no Correio do Vouga:

...Se a fúria dissolvente dos valores antropológicos essenciais prosseguir, certamente iremos assistir à renomeação da família, dos filhos e talvez tudo venha a acabar em letras do alfabeto ou na aritmética dos números, tipo matrícula de um automóvel…É caso para se dizer com propriedade… “de Espanha nem bons ventos…nem bons casamentos!”

...Se nos deixarmos arrastar por estes exercícios de ciência sem humanidade e sem alma, não nos espantemos, como há tempos escreveu a Comissão Pontifícia Pró-Vita, que, simultaneamente, “uma criança venha a ser gémea de sua mãe, a faltar-lhe o pai biológico e ser filha do seu avô!”

...Já falta pouco para um dia destes, por cá ou pela Europa abastada, se propor o fim da hedionda “burocracia” do divórcio transformado numa rescisão unilateral de um contrato comercial. Depois da “empresa na hora” viremos a ter o “divórcio na hora”? Quem sabe se não bastará, para um qualquer programa de desburocratização, a simples comunicação à “outra parte” por SMS ou, mais sofisticadamente, via Net…Triste progresso!

Athina não atina com os Açores



Tudo indica que vamos ter folhetim novamente com a operação de transporte interilhas de passageiros e viaturas. O Athina não atina com o rumo até aos portos dos Açores. Mais uma sempre do mesmo!
A situação agudiza-se por que estão envolvidos milhões e milhões do erário público. Dos impostos de todos nós. Que não estão a ser devidamente aplicados.

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6.4.06

Jovens num beco

De um lado os baby-boomers do outro os baby-losers. No Público, a não perder (para assinantes) .

5.4.06

Incapaz, eu me confesso


Incapaz, eu me confesso, de Sérgio Figueiredo, a não perder. Posted by Picasa

3.4.06

Um Estado monstruoso

O défice orçamental de 2005 situou-se nos seis por cento, anunciou ontem o ministro das Finanças. Apesar de ter atingido a meta proposta, como sublinhou Teixeira dos Santos, as contas públicas ainda revelam que o Estado gastou 48,7 por cento da riqueza produzida em Portugal. O montante do défice custa a cada cidadão residente em Portugal cerca de 880 euros.
É impensável manter este Estado. Há que o fazer encolher rapidamente . As condições para uma grande reforma da Administração Pública são as melhores. Que este governo tenha a coragem necessária para o efeito. Se assim não for Portugal continuará estagnado e as empresas vão perdendo competitividade para as suas congéneres europeias, mesmo dos países recém aderentes. E nunca mais sairemos da cauda da União. Ou agora ou nunca!

Estudantes de 5 escolas aprendem a evitar drogas

Cerca de três mil e quinhentos alunos do 2º e 3º Ciclo da ilha de São Miguel frequentam o programa de prevenção primária “Drogas Lícitas e Ilícitas”.
O programa, que abrange os alunos das escolas EBI da Ribeira Grande, EBI da Maia, EBI de Rabo de Peixe , ES da Ribeira Grande e EBI dos Arrifes, tem por objectivo apelar ao desenvolvimento de estilos de vida saudáveis.
“A Fun, Science, Ciência Divertida”, representada nos Açores pelo Tetrapi - Centro de Actividades Educacionais, Lda, - desenvolveu o programa tendo em conta que o fenómeno das drogas e toxicodependência tem sofrido um desenvolvimento crescente junto da população mais jovem (para assinantes).

Aqui está uma interessante e louvável iniciativa que envolve uma entidade privada. Um excelente exemplo para a sociedade civil desta região.

Bebés, precisam-se

Se a Europa quer inverter a tendência da diminuição demográfica, deve apoiar as famílias mediante políticas que permitam, quer à mulher, quer ao homem, compatibilizar a vida familiar com a vida profissional. O número de filhos não deve ser olhado como "empecilho", mas como uma opção dos casais que compreendem que devem estar abertos à vida, exigindo que o Estado lhes facilite a educação dos filhos que desejam ter, dentro de um planeamento familiar correcto.

Manifesto a favor da mulher nos OCS

O congresso "Mulher e Meios de Comunicação" celebrado na Universidade Europeia de Roma e organizado pelo Instituto de Estudos Superiores sobre a Mulher do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, juntou comunicadores e especialistas de vários continentes, que sintetizaram as suas conclusões num Manifesto que consta de 10 pontos:

1. Defendemos e promovemos uma imagem respeitosa da liberdade da mulher e da dignidade da condição feminina nos meios de comunicação.
2. Combatemos o abuso da imagem feminina como instrumento publicitário ou consumista.
3. Promovemos uma informação correcta e verdadeira sobre os problemas que afectam o mundo feminino.
4. Comprometemo-nos a evitar tons sensacionalistas e rejeitamos fazer um espetáculo da informação.
5. Defendemos o papel da mulher como responsável em termos iguais ao homem na edificação e no desenvolvimento da sociedade.
6. Promovemos uma cultura da liberdade e da paz que respeite a contribuição da mulher na humanização da sociedade.
7. Defendemos e promovemos o papel insubstituível da mulher como educadora da sociedade na defesa dos valores mais autenticamente humanos, como o amor, o respeito, a dignidade no sofrimento e na fraqueza, a tolerância.
8. Defendemos e promovemos a presença activa da mulher na vida pública e no mundo do trabalho.
9. Promovemos a dignidade da mulher e sua igualdade de direitos em relação ao homem.
10. Comprometemo-nos a desempenhar responsavelmente uma função de informação e sensibilização detectando, documentando e denunciando as situações e as práticas que limitam a liberdade e violam os direitos das mulheres e das jovens.

2.4.06

Cultura "enlatada" em doses exageradas



Assiste-se presentemente a doses exageradas de cultura importada ou enlatada, de forma especial nas duas casas de espectáculo de S. Miguel: Teatro e Coliseu. São milhões e milhões que são gastos anualmente, sem qualquer retorno económico (ou muito pouco), esvaindo-se para o exterior na sua quase totalidade.
Puro consumo para alimentar o ego de alguns políticos e de uma elite que acha que assim é que se desenvolve a ilha. Mandando vir do exterior músicos, bailarinas, trapezistas, contorcionistas, artistas de teatro, todos pagos a peso de ouro.
Nada teria a ver com este despesismo e esta cultura enlatada se pelo meio não houvesse muito dinheiro do erário público, de todos nós, de forma directa ou de forma encapotada.
Vivemos numa Região pobre, insular, de pequena dimensão, que tem sido sustentada por transferências financeiras do exterior, que deviam e devem ser aplicadas em projectos públicos reprodutivos. Com vista à criação de riqueza e de emprego, essencialmente para jovens e mulheres. Só depois de haver sustentação económica, pela dita criação de riqueza, é que o poder político pode redistribui-la, incluindo pela cultura, mas essencialmente na dinamização da nossa cultura genuina, e nunca exclusivamente na importação de cultura do exterior.
É que nesta ilha ainda se verificam carências sociais graves que não foram debeladas, apesar das avultadas transferências financeiras do exterior (50% do orçamento da Região).
Defendo que enquanto bens alimentares, condições habitacionais, condições de saúde, e mesmo de educação, não forem integralmente satisfeitas não podemos avançar, desta forma exagerada, para bens culturais, mormente importados do exterior.
Tenham paciência, se querem esta oferta cultural paguem por ela, mas ao seu preço real, nunca a preços subsidiados como está injustamente acontecendo. Posted by Picasa

1.4.06

Concerto para bebés no Teatro



Concerto para bebés no Centro de Congressos Teatro Micaelense. E os congressos onde estão? Mais um equipamento que resultou de um avultado investimento público mas ao que parece com uma utilização errada! Trata-se de uma iniciativa muito carinhosa mas sem retorno económico. Própria de regiões ricas não da região mais pobre de Portugal, ainda com muitas carências sociais por resolver. Posted by Picasa