PARI PASSU

O acompanhamento, a par e passo, da vida nas Ilhas dos Açores, desde a economia e política até à cultura e religião.

25.12.07

Contar a história do Menino de Belém

Estaremos perante um grande empobrecimento cultural e espiritual se amanhã as crianças começarem a pensar que o Natal é só compras e prendas, e já nada souberem do menino nascido em Belém há 2000 anos e que veio realizar a maior revolução de que há memória no coração da humanidade. Se nós já não sabemos contar a história, haverá com certeza cada vez mais só compras, prendas, doces e sorrisos, e pais-natais nos hipermercados, mas o milagre não acontecerá. E Natal sem milagre, que Natal é?
É preciso saber contar a história do Menino de Belém.

21.12.07

Onde está o Menino?

Há dois meses que nos incitam a "brincar ao Natal", agora definitivamente transformado num entrudo pelo marketing desenfreado da sociedade de consumo. Só vejo o velho vermelhusco, o seu trenó e as suas renas, sinos, fitas e bolas, pinheiros de todos os tamanhos, comida e presentes. Uma sociedade infantilizada parece querer fugir de qualquer espiritualidade, recusar qualquer dimensão transcendental. Onde está, então, o Menino, a razão única desta efeméride, quer se acredite quer não, na sua divindade?

20.12.07

Ainda há cidadãos independentes e isentos

E é assim que vos posso dizer que não apoio César. Porque é cúmplice na cedência do mar dos Açores, porque é responsável pela desastrosa política de transportes aéreos e marítimos, porque tem uma política agrícola incoerente, porque tem uma política ambiental de papel, porque é incapaz de lançar os Açores num processo sustentável de desenvolvimento que promova as pessoas e os sítios de todas as ilhas (Açoriano Oriental para assinantes).
Ainda há nos Açores cidadãos isentos e com opinião própria. Que não dependem dos Orçamentos.

18.12.07

Região de Partido Único

Um manifesto subscrito por cerca de duas centenas de pessoas sem filiação partidária onde é feito um apelo directo a Carlos César para que no próximo ano se candidate a um quarto mandato para presidente do Governo Regional dos Açores foi ontem tornado público (Açoriano Oriental para assinantes).
Os Açores é uma Região tendencialmente para o partido único. Foi assim na era Mota Amaral e é assim na era de Carlos César. O poder aqui eterniza-se.
Não há espaço para oposição nem para alternância democrática, devido à pequena dimensão e à enorme dependência da sociedade civil dos Orçamentos. Há circuitos e ligações que se formam com o tempo que não interessa alterar, mas si perpetuar. Uma democracia com nuances muito específicas.

17.12.07

Ditadura do betão

A "Ditadura” de Mário Roberto valeu um prémio em Festival de Lisboa.
Sátira a uma construção de empreendimento turístico frente ao ilhéu de Vila Franca do Campo, valeu a Mário Roberto o prémio de cidadania no Festival de Micro-filmes de Lisboa, produzido pelas Produções Fictícias, realizado no início do mês no Cinema São Jorge...
O betão, a seu ver, tem vindo a descaracterizar a verdadeira beleza da ilha, desafiando a um debate sobre a forma como tem sido utilizado nos últimos anos...(Açoriano Oriental para assinantes).
Parabéns a Mário Roberto pela coragem e determinação em dar luta a este polvo gigante que abraça parte substancial da economia regional, com tentáculos profundos no poder regional e autarca, e naturalmente no financiamento dos partidos políticos. E que está a descaracterizar a ilha de S. Miguel num "vale tudo" desde que meta obras, empreitadas, empreiteiros, betão e mais betão, independentemente da sua justificação ou valia económica.

14.12.07

Betão a mais e Educação a menos

Os alunos de 15 anos do Algarve foram os que obtiveram, no contexto nacional, o melhor desempenho a Ciência, de acordo com o estudo PISA 2006, divulgado terça-feira pela OCDE.
O trabalho colocou Portugal em 37.º lugar, entre 57 países, com média de 474 pontos – a 26 pontos da média da OCDE.

Por regiões, o Algarve obteve 486 pontos, seguido do Centro (481) e Lisboa (477).
Ainda segundo o relatório nacional, elaborado pelo Ministério da Educação, os alunos do Alentejo obtiveram 472 pontos (abaixo da média nacional), enquanto os da região Norte ficaram-se pelos 470, os da Madeira, 466, e os dos Açores, 463.
Aqui estamos perante um péssimo indicador dos Açores, resultante do enfoque na política do betão e continuando a descurar a educação. Assim nunca sairemos da cauda do país e da Europa!

13.12.07

Turismo baixou devido a obras

O número de turistas nos Açores diminuiu 4,4 por cento em Outubro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Duarte Ponte, secretário regional da Economia, ontem em conferência de imprensa, justificou a diminuição do fluxo turístico, “devido às obras na cidade de Ponta Delgada, nomeadamente na Avenida Marginal”, tendo provocado o cancelamento dos voos do mercado sueco e norueguês (AO para assinantes).
Já diz o povo na sua imensa sabedoria: uma desgraça nunca vem só!

12.12.07

Núcleo da ACEGE nos Açores

Realizou-se ontem a apresentação da ACEGE, Associação Cristã de Empresários e Gestores, agora com um Núcleo nos Açores, com uma conferência proferida pelo Dr. José Roquette sobre Ética e Responsabilidade Social das Empresas, perante uma interessante e interessada audiência de 70 pessoas, entre empresários e gestores.
Eis alguns excertos:
A competitividade nesta economia global ganha-se já não tanto no mercado mas sim na capacidade das empresas atrairem e manterem TALENTOS. E para isso as empresas precisam de ser ÉTICAS, um activo que começa a ser muito importante quer para o interior da empresa quer para o seu exterior.
A Responsabilidade Social das Empresas (RSE) começa a constar dos seus Relatórios anuais, e portanto comunicada aos mercados, e avaliada por estes.
A RSE é um activo incontronável nos dias de hoje porque os empresários já perceberam que acrescenta competitividade.
A RSE permite entrelaçar o projecto de vida dos seus colaboradores com os projectos empresariais e assim fortalecer as empresas.
Os empresários ditos de "patos bravos" têm os dias contados. O mercado acabará com eles por ausência de ética.
As empreas éticas adoptam uma perpectiva muito mais de longo prazo, de evolução sustentada, e não de curto prazo, de carácter especulativo.
Em 2005, o Grupo EDP publicou o seu Código de Ética , integrando os valores promovidos pela empresa, que formaliza e reúne as principais normas de conduta profissional.Este documento, adaptado aos diferentes países onde a EDP opera, foi distribuído individualmente a cada um dos colaboradores da Empresa.
Aqui está um exemplo de um Grupo económico com preocupações sociais e de ética.

11.12.07

Entulhar a piscina

Segundo notícia desta manhã da RDP, a Câmara Municipal da Horta prepara-se para entulhar a sua piscina que custou nada menos do que 3 milhões de euros, para eventualmente construir um pavilhão multiusos.
De bradar aos céus! Mas onde é que estamos? Não vivemos na mesma Região? Onde a insegurança é preocupante, o consumo e tráfico de drogas cresce, as bolsas de pobreza e miséria existem, as crianças em risco aumentam e os idosos não conseguem uma simples consulta médica. E uma autarquia que investiu 3 milhões de euros numa piscina, ao que parece apenas por alguns anos, dá-se ao luxo de entulhá-la porque já não interessa?Então porque investiram primeiramente neste equipamento? Inaceitável! Com o nosso dinheiro?

10.12.07

Ética e Responsabilidade Social

É já amanhã, terça-feira, dia 11 de Dezembro, que se realiza em Ponta Delgada, no Núcleo de Arte Sacra da Igreja do Colégio, às 18h30, a apresentação da ACEGE, com uma conferência a proferir pelo Dr. José Roquette, Presidente do Conselho de Administração da Finagra. O tema da conferência é Ética e Responsabilidade Social nas Empresas.

7.12.07

Insegurança

Não foi o caso dos presidentes das juntas de freguesia dos Açores que reuniram na ilha Terceira e dali lançaram um alerta que só pode ser levado muito a sério: “ a insegurança pública nos Açores está a tomar uma dimensão assustadora”.
Enquanto se esventra a avenida litoral para um qualquer túnel ou se controi o "monstro" denominado Portas do Mar, a insegurança apodera-se dos cidadãos desta anteriormente pacata terra. É assustador!

6.12.07

Residências universitárias

...A este propósito, Avelino Meneses esclarece que foi entretanto atribuída uma verba pelo Ministério da Educação destinada à aquisição de equipamento para apetrechar as residências mas que o montante em causa não foi “propriamente o esperado”. Por via disso, a instituição teve que “fazer uma adaptação ao nível dos equipamentos para adequação ao montante disponível”. Neste momento, “as aquisições estão a ser feitas, o mobiliário que tem que ser construído à peça está a ser executado” e o reitor prevê que em 2008 os pólos entrem em “funcionamento pleno”(AO para assinantes).
O problema não é agora apenas a mobília que tem de ser feita à peça (incrível e inadmissível!), é o desvario de avançar com projectos megalómanos, que envolvem dinheiros de todos nós, e que não passam uma simples e honesta análise de custo/benefício.

3.12.07

Sorrisos malandos

As pessoas desconfiam do sorriso dos políticos, sendo essa desconfiança maior quanto mais eles sorriem, conclui um inédito estudo científico realizado pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da Universidade Fernando Pessoa, no Porto.
As conclusões desta investigação referem que "oito em cada dez pessoas consideram que os sorrisos exibidos pelos políticos são quase todos falsos".


Não é para menos com o que se passa ao nosso redor: irresponsabilidade, mentira, malandragem, falsidade, cinismo, incoerência, tudo descaradamente.

Vergamos...

...Isto é um país de muita subserviência, que gosta de algum autoritarismo. É um bocadinho assustador. É engraçado que tenham votado no Salazar (em ‘Os Grandes Portugueses’). Gostam de ser disciplinados, de ter uma mão-de-ferro em cima. Dá ideia que as pessoas se estão nas tintas, que só se preocupam com o que diz respeito à sua vidinha. Só se manifestam pelos ordenados. Quando toca ao bolso fazemos barulho, mas... nem muito! Fomos habituados a estar vergados. E vergamos.

Manuela Moura Guedes, clara e directa.

As pessoas não são burras

...O que o povo quer saber sobre a governação, o que em qualquer país se pergunta a um primeiro-ministro. As pessoas estão preocupadas com a vida, com o desemprego, com os indicadores económicos. Com tudo menos com o défice, para o qual se estão um bocado nas tintas! Perguntaria sobre a gestão do País. Os primeiros-ministros têm de responder a todas as questões respeitantes à gestão do País. E não é só na altura das eleições. É diariamente. E não é atirando areia para os olhos. Os políticos ainda não aprenderam: as pessoas não são burras!

Manuela Moura Guedes, sem papas na língua.

Vive-se na paz dos anjos

...Acho que há medo. Coisa que, como jornalista, nunca tive. Não sei se é medo, se é comodismo... mas assusta-me. Não há vontade de inquirir coisa nenhuma! Os jornalistas estão adormecidos! Acho que se auto-anularam. Tenho vergonha da classe a que pertenço. Vejo coisas indizíveis e ninguém questiona nada. Vive-se na paz dos anjos.

Manuela Moura Guedes, corajosa.

O poder...é inimigo

...Sou antipoder, completamente! Mas um jornalista tem que ser antipoder. Cada vez que vejo um entrevistado vejo um inimigo. O poder... é inimigo.

Manuela Moura Guedes, contundente.