A baixa produtividade portuguesa
Uma forte restrição ao crescimento mais vigoroso continua a advir da incapacidade do tecido produtivo do País em expandir a produtividade. Não que os aumentos salariais tenham sido excessivos, eles mantiveram-se ao nível da inflação, com ganhos reais nulos. Só que, como a produtividade entre nós só avançou 0,6%, enquanto na Zona Euro progredia 1,4%, os custos do trabalho por cada unidade produzida agravaram-se 1,8% face a 0,8% nos nossos concorrentes directos.
A produtividade dos portugueses continua a ser um problema grave, por ser anormalmente baixa em relação aos nossos parceiros comerciais. E a culpa não é do trabalhador português. Quando este mesmo trabalhador emigra, integrando-se noutros sistemas económicos, é tão produtivo quanto os outros trabalhadores.
Agora todo o ambiente económico-social em Portugal prejudica a produtividade: a asfixiante burocracia do Estado, na justiça, na saúde, na educação e na fiscalidade, as longas e inúteis reuniões, a ausência geral de pontualidade, a desorganização de empresas e de particulares, a falta de profissionalismo. Tudo é complicado, tudo consome muito tempo. E a produtividade ressente-se.
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