Jantar e silêncio
Em Resistir: ...eu falei do silêncio. Explico: na minha terra de nascimento as pessoas, quase todas, ficaram caladas na ditadura, na violência, na perseguição por razões políticas, na fome, na emigração. E na corrupção de hoje, na merda em que transformaram/conservaram a minha terra, nunca consigo perceber o silêncio destas maiorias, a ignorância, a brutalidade de tudo aceitarem. O povo gosta, eu sei. São grotescos, disse ainda. Queixei-me do silêncio. E sei que eles compram quase todos, artistas, jornalistas, magistrados, aquele ali, aquela, por ser assim que as coisas são na minha terra. E repito sempre: vão para o raio-que-os parta, eu sou livre, disse que não e não me calei.
Uma visão da sociedade civil dos Açores, silenciada e amarfanhada, pelo poderio político.
1 Comments:
Ler o "resistir" é quase uma obrigação diária por vários motivos, entre eles este incrível "desabafo". É de mestre
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