PARI PASSU

O acompanhamento, a par e passo, da vida nas Ilhas dos Açores, desde a economia e política até à cultura e religião.

28.11.05

Traficantes controlam escolas

O Jornal dos Açores apresenta hoje na sua capa um título deveras preocupante, com desenvolvimento na sua página 23: TRAFICANTES CONTROLAM ESCOLAS.
E noticia o seguinte: Cresce o número de pais e encarregados de educação que vão apresentar queixa ao conselho executivo da escola secundária Antero de Quental por indícios de tráfico e consumo de droga em frente ao estabelecimento de ensino. A PSP diz que não tem meios nem pessoal para controlar o tráfico. Os traficantes vão ganhando a guerra.
O consumo de drogas no meio escolar é muito grave nos Açores, e desde há muito.
O último estudo digno de registo foi o Inquérito Nacional em Meio Escolar, da responsabilidade do Instituto da Droga e Toxicodependência, realizado junto de 25.000 jovens do 3º. ciclo do ensino básico, com recolhas em Novembro de 2001, e que apresenta os piores resultados possíveis para os Açores. Nestas ilhas, 1 em cada 5 jovens de idade entre 14 e 16 anos, tiveram já experiências de consumo de drogas. Isto é 19% dos jovens inquiridos. A média nacional ronda os 14%. A Madeira tem uma taxa de 12%. Os Açores estão no topo nacional dos adolescentes toxicómanos.
Demasiado grave esta problemática para ser tratada levianamente como tem sido até aqui.
A PSP limita-se a dizer que não tem pessoal nem meios. As autarquias dizem que é competência do governo ou estão distraídas com a sua política de pão e circo.
O governo regional lava as mãos e empurra para a República, mais preocupado que está com as suas obras faraónicas.
Ficamos nós e os nossos filhos, cidadãos desta maravilhosa Região, angustiados, de mãos atadas e à espera que este tormento não nos bata à porta, mas conscientes que ninguém está livre de assim acontecer.
O que se está a passar relativamente ao consumo de drogas nos Açores, com a negligência e o laxismo dos governantes e autarcas, é IRRESPONSABILIDADE grosseira. Não é próprio de uma Região, de um país da União Europeia.
Resolvam ou minimizem este grave problema de uma forma séria e eficaz. Cooperem entre si.
As autarquias e o governo regional façam pressão junto da República. Apresentem projectos credíveis para combater esta chaga social.
As forças vivas desta sociedade que se organizem e façam pressão junto destes políticos passivos e indolentes. Os conselhos directivos que não calem este problema.
Os pais e encarregados de educação que usem todos os meios de pressão junto dos autarcas e dos governantes. Denunciem na comunicação social. Estão em causa aqui os nossos filhos, os jovens do amanhã. Tudo vale para defender estes jovens dos malefícios da droga.
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