Os verdadeiros indicadores do turismo
Já se desconfiava que o discurso do governo sobre a evolução do turismo nos Açores não era claramente verdadeiro. Limitava-se a clamar sucesso porque o número de turistas aumentou e a oferta também aumentou. Mas não é tudo e é erróneo analisar apenas estes indicadores.
O Açoriano Oriental apresenta um artigo Meias Verdades também são Mentiras do jurista Alberto Pereira que desmonta todo o discurso efusivo do governo. Afinal o panorama do turismo nos Açores está longe de ser cor-de-rosa. Interessa analisar outros indicadores como a taxa de ocupação, a receita média por cama e a receita média por dormida. Estes é que são indicadores que nos dão a verdadeira situação do sector. A taxa de ocupação não cresce. A receita média por cama até baixa de 6.503 para 6.463€ de 2003 para 2004. A receita média por dormida a preços constantes de 1996 baixa de 42 para 36€.
O articulista também conclui que as remunerações médias dos trabalhadores da hotelaria são as mais baixas do país.
Portanto temos mais turistas, mas que deixam pouco nos Açores. E quando dividimos o que consomem nos Açores pelo número de camas ou por cada dormida é um desastre.
E mais uma prova evidente de que isto está a acontecer é a degradação dos preços que se está a verficar por parte dos hotéis de 4 estrelas, num pilha apanha desesperado.
Isto de mandar vir carradas de turistas nórdicos em operações altamente subsidiadas não resulta. É um logro! E degrada o destino dos Açores, que deve vingar pela diferença, pelo exotismo das suas paisagens, pela tranquilidade e pelo bom serviço. Nunca pela massificação. Era bem possível ter menos turistas e ter muito mais receita, procurando segmentos de mercados de maior poder de compra.
1 Comments:
Podem matar a galinha dos ovos de ouro, e isso é lamentável. Octávio Lima (ondas2.blogs.sapo.pt)
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