PARI PASSU

O acompanhamento, a par e passo, da vida nas Ilhas dos Açores, desde a economia e política até à cultura e religião.

28.2.06

A política no seu pior

O Director Regional da Cultura mandou suspender as obras que a Câmara Municipal de Ponta Delgada está a realizar no Largo de S. João, junto ao Teatro Micaelense, com vista à construção de um parque de estacionamento subterrâneo.
É a política no seu pior, prejudicando os cidadãos, e se for em frente a suspensão das obras, provocando custos adicionais para os contribuintes suportarem.
Obras no subsolo que efeitos poderão ter num edifício classificado? Aliás o próprio Teatro Micaelense é que vai beneficiar grandemente delas.
Guerrilha política à nossa custa, à custa dos contribuintes dos Açores.
Já sabemos o que vai acontecer. A Câmara vai apresentar o projecto, a Direcção Regional da Cultura vai olhar para ele, como um burro para um palácio, e vai dar parecer favorável. Entretanto a obra pára uns dias. Brincadeira de mau gosto! Posted by Picasa

26.2.06

Pedra negra e diversão




Pedra negra, mar azul recheado de espuma branca, um quadro deste domingo gordo, onde a diversão é obrigatória, não importa onde nem como, desde que seja em doses massivas. É a sociedade do prazer e do divertimento. Que fomenta chorudos negócios. Que venha rápido a quarta-feira de cinzas! Para voltarmos à realidade, à verdade, à vida, deixando assim todos os disfarces!
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24.2.06

Mais uma baralhada?

A Açorline fazia o transporte de passageiros e viaturas inter-ilhas por 2,3 milhões por ano.
Depois de uma enorme trapalhada e confusão é adjudicado agora à Transmaçor o serviço por 9,8 milhões pelos primeiros dois anos. Isto significa um custo anual de 4,9 milhões, mais do dobro do que fazia a Açorline.
Das duas uma:
  • ou isto foi muito mal conduzido e pior negociado (mais um concurso falhado!) e vamos todos pagar mais pelo serviço;
  • ou o serviço da Transmaçor vai ser de tal qualidade que justifica pagar mais do dobro.

Acredito mais na primeira versão, para mal de todos nós contribuintes.

O facilitismo ruinoso

"Dar respostas fáceis a problemas difíceis, como está a acontecer, é destruir o tecido social, falsear o processo educativo, encher o país de gente inútil, enganar as novas gerações, porque não se lhes fala verdade e se dá uma visão falseada da vida, das suas possibilidades e dificuldades."
Mais uma escelente intervenção cívica de António Marcelino no Correio do Vouga.
Infelizmente estas intervenções na imprensa raramente chegam à comunicação social dita nacional ou de grande expansão. Se calhar para não ser uma pedrada no charco, onde nos estamos a atolar alegremente!

23.2.06

Mais incongruências...

Como se compatibiliza o foguetório, as empresas municipais para isto e para aquilo, os pavilhões multiusos, as marinas, as rotundas aberrantes, os gastos sumptuosos em promoções pessoais, com a má qualidade da água. Microbactérias que provocam infecções, especialmente nos pulmões, no concelho do Nordeste. Endotoxinas, que podem estar na origem de febre, vómitos e tensão alta nos concelhos da Povoação, Vila Franca e Nordeste. A água destes concelhos apresenta das piores qualidades do país (segundo estudo da Deco).
Verdadeiras incongruências!

22.2.06

A Cubanização dos Açores

Vivemos numa Região minúscula, com um evidente sistema de partido quási-único, com um governo com um atípico apetite empresarial, que cria empresas públicas para tudo e para nada, que intervem intensamente na economia das ilhas, que parte e reparte avultados recursos financeiros a seu belo prazer e que é patrão de um quinto da sua população activa. Vivemos numa Região onde também o poder local apresenta evidente vocação mercantil, com empresas municipais a serem criadas em catadupa, com parcerias público-privadas a serem lançadas, com pão e música em doses excessivas e obsessivas. Vivemos numa Região em que o governo especializa-se na desorçamentação da despesa pública e as autarquias especializam-se em contornar a lei do endividamento, tudo isto às claras, na mais franca impunidade.
Só faltava agora o presidente do governo, o todo poderoso desta Região, afirmar(aconteceu hoje) que os empresários devem e podem pagar mais aos seus trabalhadores, para concluirmos: estamos num processo irreversível de cubanização das ilhas dos Açores. Onde a colectivação dos meios de produção parece ser o desejo de governantes e autarcas, a troco da ideia da persistência de timidez empresarial nas ilhas. Posted by Picasa

Coesão, Ilhas de Valor e a grande confusão

O secretário da economia é especialista em lançar confusão. Basta relembrar os problemáticos concursos públicos por si conduzidos. Agora provoca uma confusão danada com Ilhas da Coesão, Fundo de Coesão e Ilhas de Valor. E depois tem o desplante de dizer que a culpa é da oposição (que não existe praticamente, na medida em que vivemos num sistema de partido quasi-único!) e dos jornalistas.
Mas descodificando a linguagem política, a Ilhas de Valor é mais uma empresa pública com vista à desorçamentação clara e descarada da despesa pública. Para daqui a algum tempo o vice-presidente vir dizer que temos as contas equilibradas, temos autonomia financeira e até superavit e o endividamento está controlado e baixo.
Vejamos se não é isto com base no esclarecimento do dito secretário: "A sociedade anónima Ilhas de Valor “é mais um instrumento” financeiro para garantir financiamento dos projectos".
Aqui está preto no branco! E o povo na sua infinita sabedoria diz: a boca puxa para a verdade.

21.2.06

Libertem a sociedade civil!


O Estado nos Açores é monstruoso e omnipresente, quer na forma dos serviços da república quer na forma do governo regional e do poder local. E a tendência que se verifica é para uma crescente intevenção na economia dos Açores.
A Ilhas de Valor SA vai identificar, desenvolver e promover projectos de investimento afinal em todas as ilhas dos Açores.
A Atlânticoline SA mandou construir 4 barcos num investimento de 55 milhões, e ao que parece vai ficar com o negócio do transporte marítimo de passageiros e viaturas inter-ilhas.
A Natureza Viva SA vai investir no ambiente.
A SPRIH SA investe em projectos imobiliários.
A Saudaçor SA assumiu todas as dívidas do serviço regional de saúde numa descarada desorçamentação da despesa pública.
As autarquias criam empresas municipais em catadupa. São já quase 2 dezenas a operar em várias actividades da economia: habitação, ambiente, ordenamento, animação, actividades sociais e lúdicas.
O Teatro Micaelense já aluga espaços para formação e o Salão Nobre para eventos gastronómicos.
O Coliseu Micaelense organiza já mega-jantares.
E as parcerias público-privadas começam a aparecer quer por iniciativa do governo quer das autarquias.
Temos assim nestas ilhas uma economia cada vez mais intervencionada, estatizada, a fazer lembrar os velhos países da cortina de ferro.
E a sociedade civil, os empresários e os cidadãos, ficam cada vez mais sem espaço. Tudo é governo regional. Tudo é câmara municipal. Que com os recursos financeiros que têm e agora com o voraz apetite empresarial tudo compram, tudo fazem, numa descarada colisão com a iniciativa privada.
É caso para bradar: libertem a sociedade civil! Posted by Picasa

16.2.06

Amiguismo político

Sociedade Ilhas de Valor SA, criada para as ilhas de coesão, pode chegar a todas as ilhas.
Subversão total!
E a feliz contemplada já é a Terceira: um parque etnográfico(o que sera?) num terreno de 20.000 m2 a ser adquirido para o efeito.
Amiguismo político!

15.2.06

Coesão e etnografia

O governo anunciou hoje a criação da Ilhas de Valor SA ( e vai mais uma para a desorçamentação!) como instrumento financeiro para as ilhas de coesão. Mas decide inexplicavelmente que esta nova sociedade vai apoiar um Parque Etnográfico na Terceira, que não é ilha de coesão.
Qual a razão da Terceira beneficar deste instrumento criado para as ilhas mais pequenas e mais fragilizadas? Será que tem a ver com o fraco desempenho do Turismo? Ou com a teoria da trama do destino Açores que o Presidente da Câmara de Comércio de Angra resolveu lançar?
Cheira-me a dedo do vice-presidente do governo, o tal gestor autarca que deixou a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo numa grave crise financeira, a ponto de agora ter de vender património. E que continua com uma mentalidade de ilha embora esteja a exercer um cargo regional.
A propósito sabem dizer o que é um Parque Etnográfico? Admito que seja mais uma invenção para sacar umas massas para a ilha Terceira.

Pensão paga a foragida

Ao que parece o Estado Português pagou uma pensão mensal de 3.499€ a Fátima Felgueiras enquando fugida à justiça no Brasil.
A ser verdade esta profunda e inaceitável injustiça, autêntica delapidação de recursos públicos, só resta sugerir que se encerre o país por uns tempos para o abrir mais tarde com nova cara, ou seja com nova arquitectura jurídica e nova administração pública.

14.2.06

Nova geração e velho bairrismo doentio

Sandro Paím, o jovem presidente da Câmara de Comércio de Angra, apresentou uma tese fabulosa sobre o fraco desempenho do turismo na Terceira. A culpa é de S. Miguel e do destino Açores que trama a Terceira. Como é possível a nova geração de empresários da Terceira falar assim? Doentio, mais do que doentio...A culpa é do próprios terceirenses. Assumam isto por uma vez. Sejam empresários destemidos, cultivem o gosto pelo risco empresarial, sejam criativos e vão ver que a realidade passa a ser outra. Deixem-se de desculpas esfarrapadas: ora é a pista das Lajes que é também militar e prejudica o turismo, ora é a promoção dos Açores que é global, ora são os charters só para S. Miguel. Enfim um chorrilho de asneiras...

Câmara Municipal de Angra do Heroísmo

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo enfrenta notórias dificuldades financeiras, de tal modo, que prepara-se para vender património. Naturalmente que esta situação preocupante advém do consumismo, do despesismo, das festas, dos bodos de leite, da música, enfim da política de pão e circo que perdura já há alguns anos. Já agora convem lembrar que um dos principais responsáveis por esta grave situação financeira é precisamente o agora vice-presidente do governo que entretanto só fala de superavit e autonomia financeira, e do rigor das contas da Região. Tentativa de branqueamento do passado? Só para os de memória curta!

Representante da República

Deixemos de chincana política e encaremos esta questão da representação da república com coragem, determinação e acima de tudo com coerência. O representante da república que seja o Presidente da Assembleia Regional. Não precisamos de "olheiros" da república. Vivemos numa Região Autónoma, democrática, ainda que quase de partido único. É que assim vamos continuar a ter um séquito de funcionários públicos que nos custam os olhos da cara, para nada fazerem. A não ser ocuparem um trio de palácios entre a Terceira e S. Miguel. Façamos destes imóveis públicos unidades de turismo de qualidade. Assim seriam muito mais aproveitados.
E esta de Mota Amaral trabalhar no estatuto do "olheiro" da república, dando-lhe a importância que ninguém pretende que tenha, é de bradar aos céus! Santo Deus está tudo louco!

12.2.06

O futuro

Serão naturalmente as futuras vacas leiteiras que vão povoar as exploração agro-pecuárias de S. Miguel. Resta saber se haverá quota leiteira para estas novilhas! Posted by Picasa

11.2.06

Pílula do dia seguinte na Escola B/I Lagoa

O acesso à pílula do dia seguinte na escola básica e integrada da Lagoa é já bem conhecido das adolescentes daquele estabelecimento. É a solução mais fácil, muito própria dos nossos responsáveis. Sejam sexualmente activas jovens de 13 e 14 anos porque depois temos aqui uma poção milagrosa que tudo resolve! É a pílula do dia seguinte, ou de emergência, conhecida também como pílula abortiva.
A solução adequada dá muito mais trabalho e não é tão mediática como a da pílula abortiva. E passa pela verdadeira educação sexual, pela sensibilização para os perigos da gravidez na adolescência. Mas isto dá trabalho e leva tempo, mas é o caminho certo e seguro.
Mais fácil e mediático é anunciar, em grandes paragonas, na comunicação social que a Escola da Lagoa tem a pílula abortiva para quem a desejar. Dá muito que pensar a leviandade com que certas mentes actuam. Posted by Picasa

10.2.06

Fazer sentir a sociedade civil

No primeiro dia das jornadas, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, manifestou-se contra a estratégia de promoção desenvolvida na recente Bolsa de Turismo de Lisboa. Segundo Fernando Guerra, não faz sentido que o arquipélago esteja dividido em vários pavilhões, da responsabilidade de autarquias e da região, contrariando a ideia de um destino único. Apontou o exemplo do Brasil, um dos grandes destinos turísticos do mundo, que levou uma representação única à BTL.

Assim preto no branco, a sociedade civil a reagir, nas Jornadas do Turismo.
Resistir e resistir...para alterar comportamentos.

9.2.06

Uma Região estranha!

...
A verdade é que há pessoas com fome, o desemprego cresce, idosos sem dinheiro para medicamentos caros, jovens desesperados sem verem o futuro aberto, crianças joguete de pais desavindos, famílias sem médico, casais a deixar morrer o primeiro amor, injustiças nas diversas relações sociais, imigrantes explorados, problemas abafados…Pessoa e sua dignidade, bem comum, responsabilidade social, defesa da família, cidadania alargada, problemas actuais graves, são temas ausentes da informação e da formação. Os governantes têm sempre razão, aos jornalistas nada de censura, o povo cala-se com jogos e bombons, muitos intelectuais viraram narcisistas…Esperamos que não desista quem luta e acredita na força da verdade. Ela vencerá. Não repetindo o que não se repete, mas construindo em bases consistentes. É urgente
.
António Marcelino, in Correio do Vouga
É também um diagnóstico que se aplica claramente a Ponta Delgada, e em geral a toda a ilha de S. Miguel. Aqui o povo cala-se com a folia, o divertimento, a política cultural(?) do Coliseu e do Teatro, a distribuição de benesses pelas autarquias e pelo governo. Enquanto perdura o clientelismo, a corrupção nunca comprovada, o tráfico de influências, os interesses pessoais e de grupos organizados, os jogos de poder, o endeusamento dos governantes e autarcas: autistas, arrogantes e egoístas, tiques típicos da subida do poder às cabeças, amiúde ocas.
Qual bem-comum, qual cidadania, qual responsabilidade social! Interessa é "sacar" o máximo enquanto se pode...
Só há uma solução: resistir e resistir... Denunciar e denunciar...Mesmo que custe os olhos da cara.

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Negociações para transporte marítimo de passageiros

Infelizmente já vimos este filme várias vezes, sempre com o mesmo actor principal.
Ou será que o mercado é que está errado?

8.2.06

Um país cada vez mais estranho

Um país cada vez mais estranho. De António Marcelino, a não perder. Um diagnóstico lúcido e uma terapia corajosa: resistir, resistir.

Deputados a dar sentenças que nos arrepiam, sobre assuntos altamente complexos, dos quais muitas vezes ainda nem entenderam o sentido; senhores ministros a olhar o país de longe e a brincar com coisas sérias, a pretexto de ciência, de progresso tecnológico e de educação alargada; políticos a subir acima do chinelo para perorar, com presumida competência, sobre assuntos que os ultrapassam; profissionais da comunicação social a julgarem-se os maiores peritos sobre temas encomendados e que apenas vêem pela única janela que lhes apontaram ou abriram…

Infelizmente serve que nem uma luva a estes Açores.

Concurso falhado!

Mais um concurso público falhado: transporte marítimo de passageiros e viaturas interilhas. A única empresa concorrente não cumpriu o caderno de encargos e o concurso ficou deserto. Aguarda-se agora por um segundo concurso.
O responsável pelo concurso, e sempre o mesmo, é o secretário da economia. Que já tem uma impressionate colecção de concursos falhados.
Parece que não está em sintonia com o mercado, com os agentes económicos, enfim com a economia real. Prepara cadernos de encargos em circuito fechado e por isso irrealistas.
E o resultado é este, novo concurso possivelmente com alteração das regras.

5.2.06

Nuvens na manhã

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4.2.06

Quota leiteira para a Graciosa?


Não se entende isto. A Graciosa uma das ilhas mais pobres de uma região ultraperiférica, das mais pobres, de um dos países mais pobres da União Europeia, não pode desenvolver a sua principal actividade económica, a agro-pecuária, porque os seus lavradores não têm quota leiteira. Como se chega a uma situação tão aberrante? Merecemos melhores governantes! Que saibam defender os interesses destas ilhas.
A União apresenta hoje um interessante artigo de Tomás Dentinho sobre esta questãoPosted by Picasa

3.2.06

O jantar das amigas no Coliseu

A organização de um mega-jantar de Dia de Amigas no Coliseu parece estar a provocar algum desagrado e até revolta junto dos empresários de restauração.
O director-geral da maior casa de espectáculos dos Açores, José Andrade, argumenta tratar-se de “uma sociedade anónima que suporta toda a sua actividade através de receitas de bilheteira, de patrocínios privados e aluguer das instalações”.
Este responsável salienta que o Coliseu “não recebe um cêntimo que seja público da Câmara Municipal ou do Governo”, daí não haver “pretexto de concorrência desleal”. Bem pelo contrário. “Estamos em igualdade de circunstâncias”, advoga (AO e para assinantes).

Claro como água e deveras esclarecedor!

Concurso para transporte marítimo de passageiros


O consurso para a transporte marítimo de passageiros inter-ilhas quase ia ficando deserto. Valeu à última hora a presença da Transmaçor, único concorrente.
O secretário regional da economia dá-se, de facto, muito mal com concursos públicos. Tem uma colecção de concursos públicos problemáticos no seu currículo.
Será timidez empresarial ou concursos com cadernos de encargos irrealistas? Posted by Picasa